terça-feira, 28 de outubro de 2008

A Velha Aldeia

Tudo começou com uma pequenina semente. Uma idéia. Do germinar de uma conversa, um desejo. Encontrar bem fundo na terra energia para crescermos alto e fortes como um bambú e termos no céu nosso ensejo.
E assim princípiamos uma idéia. Demos uma primavera aos pensamentos... e muitas realizações brotaram. Cheirosas. Coloridas. Variando em seu formato multicor, em batucada seguimos, praticamente crescemos ao som do tambor.
Os anos foram passando e muitas lições fomos aprendendo com a terra e com os filhos que vivem dela. No ser mais simples, encontramos a mais extrema sabedoria. No tempo da colheita, entendemos a circular maravilha!
Tudo que plantamos, se bem cuidado, a terra dá. Amaçiado o solo, adubada a terra, bem molhada a semente... plantamos um vale e do seio da mãe nasce o alimento de toda gente.
Porém, não é fácil a lida do dia. Regar, podar, capinar, carregar... como trabalha o povo da roça! Colher todo o alimento de terras imensas, e depois levar um mísero bocado na sua carroça.
Se vive mal o homem, o que dirá então a semente? Que sofre com os gases e agrotóxicos dispersados. Que concentra em si todo mau acumulado. Que dá a origem ao fruto plástico, que não é sustentável nem inteligente.
Daí que precisamos proteger nossos filhos e frutos para um futuro de harmonia. Para que a semente gere a árvore, a árvore gere o broto... para que todos possamos comê-los em igualdade no futuro, como soa a melodia.
Basta a humanidade aprender a dividir e perdoar. E, nesse processo, entender a magia presente nas forças da natureza. Que são a terra, o fogo, a água e o ar.
Mas além deles, ainda existe um quinto elemento. Que está em todos! Que nos preenche e nos movimenta ao mesmo tempo. Esse elemento é o amor manifesto em sua forma mágica. Esse elemento vem de dentro, e chamamos música.
A música existe para transformar as vibrações, apaziguar rivalidades, animar e dar alegrias. A música cura. Se houvesse música sempre, talvez não houvesse tanta corrupção e covardia.
Então vamos cantar com os corações. Cantar a parcela que somos da imensa poesia em movimento, em pensamento, canto ou batida. Afagar a terra, abraçar aos seres e, com os olhos da alma, agradecer à vida.