domingo, 26 de abril de 2009

Marcha da Maconha 2009 , veja o dia da sua cidade!!


A humanidade, desde tempos imemoriais, tem feito uso de plantas de poder em rituais de carácter religioso. Algumas plantas, como a Cannabis e a Coca, ainda hoje presentes no nosso cotidiano, fazem parte de hábitos culturais humanos herdados de nossos antepassados mais remotos.
Mesmo depois da proibição recente dessas plantas (recente se considerarmos que fazemos uso a milênios e a proibição tem menos de um século) a humanidade não parece estar se distanciando do consumo de tais substâncias. Pelo contrário, o consumo tem crescido a cada dia mais.
Vemos assim, que se torna impossível, ou improvável, que tais substâncias sejam plenamente extintas do mundo. A crença do sistema político na erradicação dessas plantas é ao menos uma infantilidade, por não observar circunstâncias muita claras da sociedade.
A proibição, no entanto, remonta a estratégia das indústrias textêis e petroquímicas em revogar seu domínio economico. Domínio que, no final da década de 1920, forçou a proibição da Cannabis por célebres motivos. A indústria petroquímica começava a ganhar força como fornecedora de combustíveis à um crescente mercado automobilístico, e o óleo de Cannabis já tinha se mostrado, com a construção de uma carro integralmente feito e movido a Cannabis pelo engenhoso Henri Ford, como um terrível oponente aos combustíveis fósseis. Por outro lado, a indústria textil avançava nas pesquisas dos tecidos sintéticos, e os tecidos feitos de fibra de cânhamo (espécie de cannabis que não possui poder enteógeno) não poderiam mais ser produzidos, por sua tremenda eficiência economica e ecológica.
Desta feita, no final dos anos 1920 e início dos anos 1930, a Cannabis passou a ser proibida nos EUA e posteriormente em outros países do mundo. Algum tempo depois, outras plantas e substâncias foram também reprimidas (como a Coca, o LSD etc) por despertarem nas pessoas sérios questionamentos contrários a funcionalidade do sistema capitalista.



A Questão, Hoje.

Atualmente, o problema que envolve as conhecidas ‘drogas’ está espalhado pela sociedade enquanto gérmem de uma tragédia anunciada. Concentrada em guetos, comercializada aos quilos pelas ruas das cidades, a venda de ‘drogas’ gera uma receita inesgotável, capaz de oferecer uma vida rentável a milhares de pessoas.
O que transformou o problema inicial, que era apenas economico, em um grande problema social e político. Hoje em dia, a legalização do plantio de tais substâncias – em especial a Cannabis e a Coca – extinguiria um mercado que já alimenta e sustenta muita gente. A proibição, no entanto, tem se mostrado ineficaz em todos os sentidos.
A guerra do Estado contra o tráfico de drogas é uma guerra onde todos nós saimos perdedores. Uma guerra entre familiares. Uma guerra extremamente corrupta, silenciosamente hipócrita, sigilosa e, por isso mesmo, escancarada ao mundo inteiro.


Uma possível compreensão...

Como podemos solucionar esse dilema, esse terrível quebra-cabeças que agora se apresenta? Se por um lado a proibição se tornou incapaz de solucionar os problemas que propôs solucionar, inclusive criando outros de maior magnitude e complexidade. Por outro, a legalização se mostra um processo muito arisco, ainda com riscos de acirrar mais os problemas já existentes.
Acredito, que antes de mais nada, a sociedade precisa comprender o real significado das plantas de poder na vida humana. Debater o tema é uma das ações mais importantes para resolver essa questão que afeta a vida de tantas pessoas ao redor do mundo.
A marcha da maconha é um evento que acontece simultaneamente em centenas de cidades do mundo inteiro, todos os anos, recentemente nos meses de Maio, e tem por objetivo debater a legalização da Cannabis, vulgarmente conhecida como maconha.
Para maiores informações acesse:
www.marchadamaconha.org

sábado, 18 de abril de 2009

Quilombo de Agroecologia

Diversos grupos tem se interessado atualmente pelo estudo de Agroecologia. Se trata de um modelo diferente de ocupação humana, que tem se desenvolvido muito nas últimas décadas, transformador das relações insustentáveis hoje estabelecidas entre o homem e a natureza que o envolve. Seu intuito é modificar a base da cadeia produtiva humana através da mudança do olhar e das perspectivas que possuem as populações agricultoras.

Ao invés do grande modelo monocultor, aonde o sitiante estabelece o cultivo de apenas um único alimento ao longo de grandes áreas, nos moldes agroecológicos, são manejados diferentes tipos de alimentos numa mesma área. Tendo por objetivo não só a produção de alimentos mas também o enriquecimento do solo e a regeneração da floresta produtiva, o sistema agroflorestal (SAF como é conhecido) procura manter-se em sintonia com os ciclos naturais que influenciam definitivamente o comportamento do cio das plantas.
A implantação de SAF’s representa, cada vez mais, as aspirações humanas por um sistema que seja ecológicamente sustentável, economicamente viável e influencie o despertar da sociedade para a harmonia que é viver de uma maneira auto-sustentável e ecologicamente correta.
Ao fazer sua própria agrofloresta, na sua casa, você poderá ter uma gama diversa de alimentos, com a certeza da qualidade orgânica na sua alimentação, sem que tenha que gastar dinheiro para isso. Além disso você contribui para a qualificação ambiental da Terra, criando uma área de regeneração de floresta nativa ao mesmo tempo em que mantém uma roça produtiva. Mantendo uma relação saudável com a terra, você certamente estará trabalhando também sua própria saúde interna, no corpo, na mente e no espírito.
Essa é a realidade que pode ser verificada, na prática, no Quilombo Campinho da Independência, em Paraty.

Através de projeto realizado pelo IDACO (instituto de desenvolvimento e ação comunitária) com apoio do PDA (Ministério do Meio Ambiente), são beneficiados as cerca de 120 famílias moradoras do Campinho e remanescentes de Quilombolas. Na comunidade já foram implantados cerca de 20.000 metros de SAF’s, apenas nos últimos cinco anos, da onde se pode colher café, inhame, juçara, banana, urucum entre outras árvores florestais que complementam um plantio predominantemente ocupado por milhares de Palmitos de Pupunha.

O plantio monta uma ‘sincronicidade de luz’, onde as espécies, em seus diferentes tamanhos e ciclos biológicos, podem se beneficiar mutuamente fortalecendo a biomassa concentrada na região. Manejo é a palavra chave da agroecologia. O plantio, realizado uma única vez, pode dar colheitas de elementos diversos, em diferentes épocas, durante muitos e muitos anos.

A criação e manutenção de um viveiro, no entanto, se torna fundamental para que se complete o ciclo: colheita, reprodução, novo plantio. Isso garante a continuidade e eterna sustentabilidade do sistema em seu carácter ambiental, produtivo e economico; dando aos moradores do Campinho da Independência a certeza de que deixarão para os seus filhos e netos um mundo muito mais puro, bonito e generoso.


Em breve, mais uma edição da Revista ECOS, Ecologia Sustentável, estará disponível em formato audiovisual (ebook) no link SementesCaboclas, na coluna ao lado. Não perca!

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Caio na rede...

Um dia, deitado à rede, numa trânquila e sorrateira tarde de quinta, ocorreu-me o pensamento de que tínhamos inventado uma coisa extremamente simples, que é ao mesmo tempo um produto muito sofisticado, que nos envolve e acalenta num delicioso balanço aconchegante.



Uma rede!

União de diversos pontos, milhares de linhas isoladas, movimentos entrelaçados e descontínuos, que dentro desse imenso emaranhado, cumprem seu importante papel. O papel de formar uma rede. De ser um elo de força que sustenta e se junta, numa perfeição caótica, para realizar um plano maior.

Deitado à rede, abri meu caderno.

Através dele me conecto a uma outra rede. Nesta, sou apenas um laço, um pequeno pedaço, um sonho de alguém, que está deitado à sua rede agora, lendo, escrevendo e navegando em seu pequeno caderno. Meu caderno aberto mostra o que estão pensando outras pessoas, em outras partes do mundo... caminhando com seus cachorros pelas ruas, subindo montanhas assombrosas, realizando projetos inovadores... Todos acomodados a rede! Envolvidos e acalentados pelo balanço das ondas da tecnologia. Que está nas coisas mais simples da vida, que está no ar.



Este meu pequeno caderno, ah... este pequeno caderno sempre pode me levar a algum lugar, me mostrar um desenho, as condições do mar, um raro amigo.

Este pequenino caderno, amante moderno, que anda sempre comigo.