sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Revolução dos Mendigos


Chega a hora
de se construir
Um teatro mais sério!
Na desorientação que
se encontra,
Onde cada qual
Desponta, com o seu critério …
Na escolha de dia e horário.
Logo a arte
Se deixa ruir
E se deita no cemitério
E onde o artísta,
Este aí, o caso mais sério,
Se põe a rondar infeliz
Despossuído do mistério e
Procurando a mágica
No dicionário.
Vê-de seus olhos
A linha tênue
E seu punho executa
Trêmulo
O caminhar no ar
Em um barco movido
a remos
A imaginação branca
A capacidade criativa
Que se arranca
Ponto-a-ponto
Os extremos.
Que a mão cega
Não deixe de lembrar
Que aquele
Que navega no Ar
De certo não precisará
de remos
Estou pronto
em começar
a tal batalha
o que tiver que vir
desejo, apenas,
que venha
e que valha;
mais peso que uma pena
mais ao coração
que ao sistema
e mais condecoração
que uma medalha.
Ando logo, ouvir
Da poesia:
_”que se oferecia,
que era desconexa.”
É algo que, diria…
Não me interessa.
Por isso, agora começa um dia, hoje em dia,
Onde se vive frenéticamente
Mas eu diria com calma e sem pressa
Que agora começa
Um dia
Hoje em dia
Onde se vive
Se vive …
Onde se sente.



Olá cidadão!
Bem vindo a você mesmo!
Se acomode pelos braços, pelas pernas, pelos sentidos…
Sinta-se em casa ….
O que mais vale é cuidar do que é Seu. Seja o que for que Deus tenha lhe deixado de Presente.
Tu tens esse corpo,
Tu és o que vês
Tu és o que ouves
Tu és o que sentes...
A tua casa, a ti pertence.
Não malogra teu corpo
Portanto
A ele defende
Quando fores oprimido
Não deixai pestes e germes
Perambularem sem perigo
Sejai decente
E não aceita dos outros,
Nenhum castigo.
Seja vizinho, amigo, inquilino
Seja toda gente…
Feche a porta
Apare as frestas
Pare festas!
E quando ficar torta
E sem mistério
A terra inverterá
Seus hemisférios.
Uma luz antiga
Virá de muito longe!..
Você sentirá
O sol mais perto
O horizonte…
Quase surdo
Você vai ouvir um eco
Tão distante
E ao mesmo tempo
Tão profundo !!…
Você estará chegando perto
Chega a hora de você
Se encontrar com o mundo.


Ator da miséria e da fome, vê na desgraçada sociedade os gérmens da desiqualdade e a mancha escura sobre o teu nome. Caminha sem ter aonde ir, do flagelo não pode fugir. E veste a dor como necessidade de integração e unidade, de todos os carros, prédios, momentos de tédio, cidade ... vivendo o destino de toda a humanidade.
    E como quem olha cansado, vê um mundo tremendamente escandalizado, corre ... como num sonho de infância, felicidade e alegria de criança, sem ver a feroz máquina que lhe guarda a morte. Pensa na natureza da existência e se sua vida toda toma consciência, reconquistar de novo o mundo será questão de sorte.
Assustado, freia, e o carro lhe para em cima; no ar o sopro do martírio e a violência suicída da buzina. Misteriosa vida de miserável no conturbado centro urbano, que sofre mendigando o fim, pois o teu chegou assim, no centro, sob centenas de olhos humanos.
    Mais um salvo no alvo, obscuro sacrifício da terra ... e deu o salto certeiro, na fúria do grito derradeiro, a provocar a comunidade da fera. A todos nós ficará a ruína, entre a rudeza de toda tecnologia fazer surgir uma nova era.
    Há aquele que não cansa e grita: Chamem a ambulância, é a vida! ... mas todos olham o agora, cantando juntos a despedida, por quem veio e está indo embora. Há também tantos feridos nesta guerra, fardados de medo, perdidos nos guetos da novela que a cada segundo recria a fome, o frio e a criança que vive a aurora da infância e enxerga a feia devastação da mãe-terra. Mas não há como botar seu freio no meio do dinheiro e sobre a ética, dizer que o fim do mundo é dor estética, convencido de que nosso plano não tem mais jeito.
    E o coração a abraçar todos os amigos da terra procurando conter o frio, melhor todos nós juntos sermos Um do que cada um ser o seu eu vazio.
    Ver o fim de tudo, na esquina, é como antecipar o apocalypse, e jogar flores ao fatídico. Mas nós que não estamos mortos e sabemos, a paciência da guerra, que teremos, ao banhar nosso sangue em álcool etílico. Vamos longe porque precisamos derrubar tudo, vitrinas capitalistas do velho mundo e relógios que contam o nosso tempo de pressa. Memórias que matam os povos vencidos da história, pois o que há que foi esquecido, como um pobre morto e vencido, atropelado, sem nome e sem glória?!
E como todos sabemos em passeata, bomba nuclear é o poder da sonata que cantam os corações dizendo não a guerra. O forte grito ecoou no coração do mundo, como quem viu o alegre defunto no canto humano de paz na terra. 
  Na esquina morre a paz no sorriso brando de um louco, de hoje em diante é um atrás do outro, dias de morte e martírio. Pois quando passa fome, sente, mesmo a própria mãe, a necessidade de assassinar teu filho.
    Abre teus olhos, nós somos filhos do livro e da nova era. Tempo de natureza, das belezas da eternidade da terra. Acenda a luz, contra tudo, e cantemos unidos, o lema: a Arte contra a guerra.
    Violentamente brilha a flor do novo tempo no céu, na terra, na alegria e a natural psicodelia é um por todos e todos por Ela.



 Caído nas origens de um festival de danças, de músicas, de palavras... ás vezes quase versos, que dão movimento aos teus sentidos. Caído na calçada, cidade de agonia e correria, músicas poluentes e atrapalhadas. Caído na miséria, sem nome, na rua onde ser homem não é nada. E tudo cai.
    E cai a chuva e alaga a cidade, os milhares de mendigos se deslocam procurando um abrigo no coração de alguém. Músi ca de um mundo com pressa, tempo de lucrar com teus sonhos na bolsa de valores. Na rua, poetas, mendigos e vendedores. O homem se vira, toca em seu lábio em um instante de silêncio e delicadeza. A realidade esconde e escancara as palavras que não disse; e que daqui para frente, dizê-las vai ser diferente.
    Um grito de agonia surge nas idéias, alguma coisa relativa com a saudade do manifesto. No botequim, um homem de barba toma um gole de submissão ao mercado internacional. História que foi definida na inconsciência do povo e na inconsequência de seus imperadores. Mas aqui, perdido no industrialismo do século seguinte, o mendigo caminha procurando a nova história do tempo. Que contam os relógios em seu frenesi sem sentido.
     Sentido?
    Caminhos de arte, vida que leva a porta do teatro, o mendigo encontra seu lar:
  silêncio no escuro, uma sociedade concentrada para o primeiro ato, que vai começar...
_Silêncio, por favor!



Paisagem

As crianças correm...
e Morrem, ainda Infantos
Pequenos galhos desmatados
Flores cortadas da Paisagem

De um lado, bota de passo pesado
Jurisdição medíocre Postiça
Enquanto nossos feijões, em Bancos na Suíça
Loló que derrete as Crianças da Cidade

PRESSA!

Estar com pressa,
é o momento indeciso
de estar atrasado ...

Pôr-do-Sol no
Horizonte Psicodélico
Palavras novas,
galhos secos e gélidos
de natureza Automotiva
e desmatada ...

Morre o tempo
em Ponteiros incabíveis.
Amor sem tempo?!
15 milhões de ruas
Amontoadas

Relógios que matam
de Fome
Histórias novas mal contadas
Passos de uma revolução
Atrapalhada



Poeta da Fome

Quanto come um homem?
um prato de poluição funesto?
Refeição que se faz
da Arte em Manifesto,
Me diga você! Que não passa Fome,

Mastigas a honra,
luxuoso homem
Alimentos, da mão pobre
a outra mão
Miséria na rua da indigestão
e o bom homem, me diga!
o que come?

Vive num mundo de
extrema beleza
e não encontra vida
no meio do caos da Cidade
se toda comida falta,
nas máquinas, sem felicidade

Em pura terra comeria
Natureza,
se o dono comesse a flor
da Igualdade
o homem não comeria miséria,
ignorância e Mediocridade.


Ontologia


   na Mente, palavras que
     eu nunca escreverei.
 Meu corpo e meus sonhos
   viajam eternamente
     entre as antípodas do Cosmo.
       Dentro de um buraco negro ...
 dentro de mim.
   gotas e células e desejo ...
     e eu!
      Roubando a carne de seu dono,
        de um dono, de qualquer dono.
 Pensar meu, que
   se habitou em mim ...
     Fui o que nunca fomos,
   existiu aquilo, somente,
      que inventamos.
Medo, morte, fim! ...
O tempo toma os meus sentidos.



Força Natural

Máquina movida a vaco!
Veneno Absurdo que
domina teu Cerebelo; ...
Poluição democrática
imoral,
falsa ideologia Nacional
que se move estúpidamente
contra um mundo Inteiro!
Ah ... bela Natureza,
que envolve e oculta a
             inquieta Solidão
Versos de um Poeta tolo,
   cultura ansiosa de um
maravilhoso
Universo Natural,
força que move
               mais esta
                          Canção !


Cale-se!

Tudo passou,
ficamos sozinhos no brilho
na esperança da morte
correndo em trilhos
e agora, nós te odiamos
fez-nos viver os sentidos
pulando infinitos
ouvindo teus ritos
rítmicos, miseráveis, humanos ...
e Não guardaremos
tuas cores cinzas
tuas palavras estranhas
saímos, ao ver tua façanha
de tentar escrever nossas vidas
Voltamos sem ver a beleza
de tão infinita natureza
de longos dias de Sol
Não somos tão jovens,
insanos ...
máquinas, ás vezes humanos
masturbando sonhos
escondidos sob o lençol


Oremos!

um Novo dia
nasce nos sonhos ...
versos, canções, hinos
aguardamos nossos Destinos
cantando junto dos anjos
sorrimos, acordados
no Novo Mundo
perdemos a fúria do Dia
adentramos sentidos
profundos
Amor?
Perdemos você na história
morreremos no escuro
se não deixarmos tudo
antigo, obscuro e sem glória
Oremos! ...
pelo insano, e que não se
vejam mais anos
de morte, miséria e protestos
sonhamos o Novo tempo
juntos, no delírio dos Versos

Ainda te encontro

   Cansado da paciência
do triste comodismo do
incomodado
Passo ao lado
em flores, meus sorrisos
de querer te incomodar
em versos, aos amigos
que nasceram para mudar

   Corro riscos
de encontrar Soldado morto
ou miserável homem
absorto
nesta poeira sem asas
que nos impede de voar

   Canto nos ares da cidade
um pouco mais que a liberdade
o sorriso na sociedade
de ter incomodado o
homem certo que eu devia 
incomodar


Ao Destino
jogas o amor de tua vida
à pura sorte
mas teme-o, ele o Destino
pois tua canção
é um hino de morte
Há, sim, o dia certo
de todas as paixões
Há sorrisos,
e sede de loucos louvados
a escrita de muitas canções
paraísos
momentos de secos aplausos

Quando não encontrares
os melhores caminhos
dirás:
_Destino, tu não há. E eu,
não sou teu filho.
Tens então que procurar
verdades dentro do peito
reclamando do tal imperfeito
que não cantas todos
os hinos.
Farás tuas próprias canções
e glórias a tua autoria
estarás enganado,
mal enganando
o destino
que tudo sabia.



Caravana no Planeta
 
Argumentos alimentícios
da triste,
e incongruente Falência
Farrapos, anti-humanos,
sobra que existe,
na mais do que retratada
                                  Miséria
Pele suja, suor ...
   que é transformado
            em Ouro
               pelo Alquimista
Hipocrisia hipocondríaca
       do egoísmo
  Veneno burguês, cinísmo
 redoma incoercível
  caída na Mão do Artista
Vê-se no balcão
  o Comércio de teus Orgãos!
 no lixo da
            Rebeldia desalmada
 Agressão política !
 
E no Surdo Hino da 0
                 República,
  cantam as fronteiras
             da paz
Gritando a Pátria
           de um imenso
                   Novo Mundo !
 
 Neo-movimentação
 
O espaço é conquistado
pela Arte,
no arremesso infinito
do Mundo sem-fim
O tempo,
e a sincronia da Revolução
são o tempo do
                     não-tempo
o tempo absoluto,
 no instante de todos os tempos
 
A caminho do mar
sinto a aventureira ânsia
de movimentação ;
a solidão transcendente
de meus sentidos que
ecoam profundamente
na mente
de um inquieto Universo
 
Passo de todos os
                         Caminhos,
o destino presente
 nesta sagrada
                 e profana
        continuidade ...
Continuidade continuíssima,
 espaços neológicos de
   neo-termos flotoboiantes
magnólios e espaço-espirais
 
Tal é a bruta Sideração
  na flor de uma semente
 tal é o broto de uma
  Poesia
de braços abertos
  Caminhando
sobre o Novo Tempo
 
 
Aos Estétas da história
 
Se eu escrevesse sobre o futuro
certamente, eu
descreveria o fim do mundo
O homem seguiu, como se disse
até as últimas palavras do Apocalypse
Desesperado, como eles dizem
busco entre as escadas falsas da história
as palavras verdadeiras da origem
sentindo em tudo indigestão
procuro não seguir nenhum estilo
lendo aquilo que vivo
aprisionado na jaula da civilização
Não sou trovador, não falo de amor
Filosofia, qualidade científica
sou livre o quanto posso
não sou mercado, não sou pós-
guardo na verdade desses ossos
palavras de um neo-ser vivo
E digo, a tudo quanto menosprezei
o que é o fato do último ciclo
acabaram-se os temas, os poemas
em pouco, acabará também tudo
e daqui por diante, nem canção, nem rito
nada mais poderá ser dito