As recentes catástrofes naturais que estão acontecendo no mundo estão deixando milhões de pessoas atônitas frente ao poder de transformação que tem a natureza.
Em particular, a tragédia que atingiu a região Serrana do Rio de Janeiro, deixou cerca de mil mortos e um cenário catastrófico que abalou muita gente.
Esse momento de tristeza e sofrimento deixa em todos nós uma sensação de fraqueza e impotência. O rastro de destruição impressiona nos levando a pensar que nada podemos fazer para frear a natureza em seu processo de auto-regulação.
É possível que tenhamos levado o planeta Terra a um ponto intermitente aonde não poderemos mais conter às transformações climáticas que se apresentam. No entanto, é preciso tirar desses acontecimentos algumas lições fundamentais, para que catástrofes desse tipo não voltem a acontecer com as mesmas proporções de vítimas fatais.
Uma pertinente observação feita por um pesquisador da região revelou que aproximadamente 80% das casas atingidas estavam em área de preservação permanente (APP), ou seja, áreas de conservação ambiental onde não é permitida a construção de casas ou plantio de roça.
Uma boa parte dessas pessoas é alertada regularmente pelos órgãos competentes de que ocupam uma área irregular mas desafiando as leis ambientais, permanecem em suas casas alegando não ter outro lugar pra ir.
Como as leis de APP são recentes, grande parte das casas que ocupam estas áreas são anteriores a lei e por isso estão legalmente amparadas para permanecerem ali.
Como são recentes também as mudanças que estão ocorrendo com o clima e a biodiversidade, é preciso que as pessoas olhem as novas leis sobre um prisma diferente.
Muito acostumados estamos a questionar leis que beneficiam os ricos e prejudicam os pobres (e muitas são as leis que aparentam esta intenção) mas as leis da APP estão sendo feitas para todos; ricos e pobres indistintamente; e devem ser respeitadas por todos que prezam pela segurança ambiental de sua família e sua comunidade.
Não estaremos todos a salvo mesmo se seguirmos as leis de conservação das APP’s e Reserva Legal, porém elas já nos servem como orientação no caminho que devemos seguir.
A nova sociedade do século XXI precisa inserir a consciência ambiental nos paradigmas de planejamento da sociedade. Os conceitos ecológicos devem penetrar os conceitos humanos em todos os campos, para que construamos uma sociedade biodinâmica integrada aos sistemas funcionais de Gaia.
Ignorar essa responsabilidade humana com o meio ambiente é um risco, que aumenta a cada dia. Ignorar nossa responsabilidade ambiental é ignorar as tragédias que estão acontecendo nesse momento no mundo todo. Acontecimentos que poderão, a qualquer momento, estar à porta de nossas casas.
Que pensemos, repensemos e aprendamos com as lições que Gaia nos dá!
Evoé.