sábado, 19 de dezembro de 2009

III Aldeia Cultural - Como foi?



No final de semana dos dias 11, 12 e 13 de Dezembro, aconteceu no
distrito de Aldeia Velha, Silva Jardim, a 3˚ edição do ALDEIA CULTURAL
– Mostra de Conhecimento Tradicional de Aldeia Velha.
Esse ano contando com o patrocínio do Governo Federal, adquirido
através do edital de apoio a pequenos eventos aberto pelo Ministério
da Cultura, o Aldeia Cultural contou com a presença de diversos grupos
musicais, teatrais, agricultores e produtores rurais, ambientalistas,
grupos acadêmicos e representantes de movimentos sociais que, durante
três dias, fizeram da pequena cidade de Aldeia Velha um verdadeiro
quilombo cultural.


Na sexta feira (11/12) a abertura do evento foi a oficina de
cenografia realizada pela Ana Rezende e pela Luz de Lucena com as
crianças da Escola Municipalizada Vila Silva Jardim. O resultado foi
uma linda variedade de animais recortados e coloridos pelos alunos,
que ficaram expostos no palco da mostra durante os outros dias da mostra.
Ainda na sexta feira ocorreu a apresentação do grupo musico-teatral
Carroça de Mamulengos que emocionou o público presente com seu
espetáculo folclórico que conta causos da vida real e reúne elementos
do circo e do teatro popular regional.

Para encerrar a noite, a Orquestra Voadora com seus 14 artistas fez
um espetáculo itinerante pelas ruas de Aldeia Velha e levou o público
de cerca de 300 pessoas a um estado de extrema euforia.

O sábado começou com a caminhada ecológica pelas cachoeiras de Aldeia
e foi preenchido pela tarde com as oficinas de Quintas Agroecológicos
realizadas nas cercanias de alguns moradores locais. O objetivo era
estimular a troca de conhecimento entre os moradores da cidade e do
campo acerca dos conhecimentos agroecológicos e fomentar a produção e
o consumo dos alimentos locais. Enquanto isso, a carroça de livros movida pela Trupe Trupiniquim perambulou pela cidade espalhando literatura e contando histórias aos
moradores e transeuntes. Os artistas circenses arrancaram risadas dos
que passearam pela praça.

Para encerrar a noite, o show do Nó Cego, grupo de forró de São Pedro
da Serra, iluminou o palco e provocou o tradicional arrasta pé dos
forrozeiros.

No Domingo, aconteceu pela manhã a Feira de Produtores de Aldeia
Velha, onde os agricultores e produtores que integram a rede expuseram
seus diferentes produtos, demonstrando a diversidade da produção
familiar da região. Da vassoura de Pindoba ao sabão feito com óleo
reciclado. Do mais puro mel ao café torrado e moído. Em todos os
sorrisos estava o orgulho do pequeno produtor ao poder saciar seu
público. Em todos os olhares estava o brilho e a dignidade de poder
ser um produtor.

A Feira ainda contou com a presença de índios Pataxó oriundos de uma
aldeia no sul da Bahia também denominada Aldeia Velha, e de diversos
agricultores vindos dos assentamentos, quilombos e demais localidades
do Estado do Rio de Janeiro.

Após o término da Feira, todos caminharam até a Escola Municipalizada
de Aldeia Velha aonde foi servido um almoço vivo agroecológico produzido
com alimentos da Rede de Produtores de Aldeia Velha seguido por um
debate sobre o bem comum, propriedade intelectual e o perigo dos transgênicos à conservação de sementes.

Posteriormente, ocorreu a inauguração da Casa de Sementes Livres. Um
marco para a conservação das sementes caboclas de todo o Estado.
Os shows do Filhos da Aldeia (grupo regional de forró), da Orquestra
Apanhei-te Cavaquinho de Cabo Frio e do grupo de Jongo do Quilombo São José,
de Valença, deram desfecho aos festejos do Aldeia Cultural, celebrando
a cultura popular, a diversidade étnica e reafirmando a identidade
cultural de uma comunidade.

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