quarta-feira, 9 de março de 2011

Agricultura Familiar


A Agricultura Familiar é responsável por mais de 60% dos alimentos que chegam às mesas dos brasileiros todos os dias e representa mais para o Brasil do que apenas 10% do Produto Interno Bruto nacional. Ela é a garantia da soberania alimentar brasileira como importante fornecedora do mercado interno e também é responsável por empregar 77% das pessoas que trabalham no campo.
Embora ocupe uma área de apenas 24,3% da área dos estabelecimentos agropecuários brasileiros, a Agricultura Familiar representa 84,4% desses estabelecimentos. A concentração também é mostrada comparando-se a área média dos estabelecimentos familiares (18,37 há) com a dos não familiares (309,18 há). O estado brasileiro que possui o maior número de agricultores familiares é o estado do Paraná onde 90% dos trabalhadores estão vinculados a estabelecimentos familiares.
Aparentemente, analisando esses dados, a agricultura familiar demonstra empregar menos gente por estabelecimento do que a agricultura não familiar (84,4% dos estabelecimentos alocam apenas 77% dos trabalhadores). No entanto estes dados podem ser enganosos quando levamos em conta que a imensa maioria dos produtores e trabalhadores rurais são trabalhadores informais e portanto se encontram na ilegalidade, não aparecendo nesses dados estatísticos do Censo Agropecuário do IBGE, realizado em 2006.
Uma análise que revela o alto nível de empregabilidade e geração de renda da Agricultura Familiar se verifica ao compararmos a porcentagem de trabalhadores rurais com a área total dos estabelecimentos agropecuários. A agricultura familiar, com apenas um ¼ da área dos estabelecimentos agropecuários consegue empregar ¾ do total de trabalhadores rurais. Essa análise sim, revela o verdadeiro poder da agricultura familiar. Empregar mais gente em menos espaço.
Por esses dados acima se torna nítida a importância de se ampliarem os programas governamentais de incentivo a produção agropecuária familiar, como o PRONAF. O estímulo a criação de empregos no campo evita que se torne maior a constante migração da população rural, que desde a década de 60 vêm inflando cada vez mais os centros urbanos, gerando problemas maiores como a miséria, a violência, a poluição, a urbanização desordenada, hiperengarrafamentos, entre outros problemas.

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